Liberação 01

Atualmente, o termo que pode definir melhor a dependência tecnológica seria o de comportamentos compulsivos possibilitados pela internet, excluindo os jogos eletrônicos que podem ser utilizados de maneira offline mas também podem causar dependência. Ou seja, a pessoa não tem mais o controle do tempo que gasta em “meios virtuais”.

Se o uso de internet não está influenciando nenhuma área importante da vida, provavelmente não se caracteriza uma dependência grave. Muitas pessoas não abusam dessas tecnologias a ponto de sofrer consequências sérias, mas passam a experienciar gradualmente um desequilíbrio de vida. É comum uma perda da percepção de si mesmo quando se está conectado.

As crianças e os jovens são os mais vulneráveis a desenvolverem dependência tecnológica, porém está afetando também adultos. Esta dependência foi denominada Nomofobia, oriunda da expressão em inglês No Mobile Phobia que significa medo de estar “desconectado” de meios virtuais. Os Jogos eletrônicos e as redes sociais representam o maior número de dependentes.

Estudos já comprovaram que a dependência tecnológica pode ser uma consequência de  um transtorno de ansiedade.

A intensidade,  a acessibilidade e a disponibilidade que os modernos dispositivos  tecnológicos proporcionam, na maioria das vezes de efeitos prazerosos, estimulam o uso cada vez maior e repetitivo. O neurotransmissor que parece estar mais associado à experiência de prazer é a dopamina.

Entretanto ainda não se sabe a real dimensão de quanto a tecnologia está afetando as pessoas. As estatísticas de dependência tecnológica crescem a cada ano na maioria dos países. O Brasil ocupa atualmente o 5° lugar no ranking de número de dependentes de smartphones.

A dúvida que surge é se a dependência está presente mesmo sem um diagnóstico de algum transtorno de ansiedade. Precarização dos relacionamentos sociais e pessoais, perda de “energia” para realizar atividades do dia-a-dia, déficit de atenção, distanciamento sentimental do mundo real e distúrbios físicos são sintomas de que algo está errado.

Aparentemente há uma falta de consciência muito grande desse “estado de conexão virtual”.  É visto como “normal”, sem se dar conta que há um gradativo distanciamento da vida real. Gasta-se muitas horas do dia “conectado”, na maioria das vezes em assuntos ou questões poucos significativos e entretenimentos vazios.

Também se percebe uma negligência e banalização do assunto, principalmente dos pais em relação aos filhos. Muitas vezes, porém em grau menor,  os próprios pais apresentam algum grau de dependência.

A adicção tecnológica é um tema que requer uma atenção cada vez maior, porém é importante também apreciarmos e usufruirmos todas as facilidades e coisas boas que a tecnologia trouxeram ao mundo. É impossível nos imaginarmos sem ela nos dias de hoje.

Faz-se necessário colocarmos consciência no uso dela.